domingo, julho 16, 2006

III: Louco?...

Diz-se que louco é todo aquele que vive e observa o mundo de tal modo que constrói a sua própria realidade. Por vezes, essa reconstrução é de tal modo forte e intensa que só ele a percebe, afastande-se de todos os que o envolvem. Não é menos verdade, que desse ponto de vista a loucura será uma questão de padrões comportamentais definidos pela sociedade e pela maioria. Mas, não será mais louco aquele que norteia o seu comportamento, não pelos seus valores ou pelo o que o seu coração lhe indicam como caminho, mas sim pelo que os outros que o envolvem lhe asseguram ser o mais correcto e normal? Sejamos menos loucos...

"Se, apesar de tudo, ainda houver ranzinzas e descontentes, que ao menos vejam como é bonito e vantajoso ser acusado de loucura."
de Erasmo de Roterdão em O Elogio da Loucura, 1544

9 Comments:

Blogger Silvia Leao said...

É interessante ver as diferentes perspectivas das pessoas sobre este tema. São tão diversas...
Mas concordo contigo no essencial. O que os outros nos asseguram ser o mais correcto, o mais normal, não deve ser o caminho escolhido por nós às cegas. Há que ser fiel ao que acreditamos, à nossa realidade. Se para o mundo isso é ser louco, sejamos.

12:26 da tarde  
Blogger Sergio Figueiredo said...

Depende sempre da abordagem que fizeres. Efectivamente, deves guiar-te pelo que pretendes guiar-te (desejávelmente por ti) mas a verdade é que a maior parte das vezes a "loucura" prejudica o próprio por não corresponder á realidade concreta (e não a de sociedade - era esta a tua confusão sílvia).

11:22 da manhã  
Blogger Silvia Leao said...

Continuo a achar que a realidade que denominas por concreta é uma construção social demasiado entranhada nas pessoas levando-as a acreditar que é mais concreta que a realidade criada por cada um.

3:36 da tarde  
Blogger Sergio Figueiredo said...

O facto de acreditares ou não nos teus valores e ideias não pode fazer-te negar o que é real, como sendo uma qualquer outra coisa. Real é concreto, valores são abstractos.
Daí a magia dos alucinogéneos.

9:42 da tarde  
Blogger Silvia Leao said...

Eu gosto de ver o mundo assim... Não estou a tentar impingir a minha perspectiva do mundo a ninguém (isso seria impingir a minha realidade). Acredito que a realidade é algo indefinido, desconhecido, mutável e relativo. Não posso prová-lo, mas acredito. É assim que vejo o mundo (sem alucinogéneos).

11:21 da tarde  
Blogger Diana Martins Correia said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

7:46 da tarde  
Blogger Diana Martins Correia said...

Gostaria (ou talvez não!?) que me alguém definisse este mundo tal como ele é, que fosse capaz de o tornar igual aos olhos de todos. Mas parece-se incontestável que cada um de nós só conhece o mundo do seu ponto de vista, apesar de partilharmos valores e ideais que orientem, à partida, o conhecimento que vamos formando acerca dele. São estes valores e ideais que podemos definir como “concreto” (aqui tenho uma opinião diferente da do Sérgio) porque a “realidade” é aquilo que cada um de nós encontra pelos seus próprios olhos (e não os de outra pessoa, já que isso é impossível; acho que, em relação a isto, estamos todos de acordo) em cada uma das coisas que o rodeia. A “realidade” é, por isso, subjectiva por muito que tenhamos a enorme necessidade de a tornar em algo concreto, ou seja, de o "rotular".

7:49 da tarde  
Blogger Sergio Figueiredo said...

verdade que dependes dos teus sentidos para reconhecer a realidade, e que isso faz com que tenhas uma percepção possivelmente diferente do real. mas o geral é sempre igual. existem outras interpretações para "a torre dos Clérigos é feita em granito"?. podes questionar se é mais claro, mais escuro, mais azul ou cinzento, mas a verdade é que se te torna impossível negar a natureza do real. aliás, se a abordagem fosse tão alterável como afirmas, terías um conhecimento diferente do mundo a partir do momento em que usasses óculos, por exemplo, mas felizmente tal não acontece.

o que afirmas é um facto numa dimensão parcial (a meu ver, evidentemente, porque não existe nada mais subjectivo que as opiniões)

9:14 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

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5:31 da tarde  

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