quinta-feira, julho 20, 2006

Conversa de jardim, 2ª parte

Hum… pois… talvez… Sabe, estive a ler e sem querer percebi, é tudo uma questão de perspectiva, de presentes e de futuros.
Não é disso que falo. Repare no meu caso, do passado, não sei, para mim não existe, de nada me serve. Presente não tenho, é sempre igual, e se é igual não é mais que um pretérito continuamente a repetir-se. E futuro, desconheço mas surge como um pretérito mais-que-continuamente a repetir-se. Não sei se é assim com todos os que estão aqui, comigo é, e com grande parte daqueles que se dizem sãos também é, pelo menos comportam-se como se fosse. É como um caleidoscópio, mistura-se e dá sempre uma imagem diferente, mas a base é sempre a mesma…
Mas sabe, e isto para terminar por hoje a conversa, porque se faz tarde, e isto de me perder no parque pode dar para o torto, ainda vem uma cega procurar-me, a mando de um mudo, cujo recado foi dado primeiro à surda.
Sabe, e se não o sabe fica a saber, eu pelo menos sei do que sofro. Sim sei, talvez não esteja assim tão mal. O que eu sofro é de conversas intermináveis com o senhor Folha e o senhor Silêncio, enquanto eles vivem na ilusão, ou melhor no limbo de um diagnóstico ainda não pesquisado.

2 Comments:

Blogger Sergio Figueiredo said...

fizeste uma exploração do quotidiano muito interessante.

9:08 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

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»

10:30 da manhã  

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