VI: Brisa (1ªparte)
No ar sente-se um cheiro constante, envolve sem prender. Ouve-se um embalar lento, ritmado, constante. O céu azul ponteado por pequenos farrapos de nuvens... continua-se a ouvir o ritmo, agora associado a uma brisa perene, omnipresente que nos afaga como uma mãe embala o filho. Ali no cimo da praia está um homem como tantos outros. Só, acompanhado, perdido achando-se...
Escreve lentamente, ao ritmo que o mar dá na sua cadência, afagado ainda pelo roar lento quase inaudível da omnipresença.
Levanta o seu olhar. No céu estão várias gaivotas rodopiando sobre si, nos seu contínuo afazer ditado pela sua natureza. Ao longe, um casal namora, talvez influenciado pela perenidade que a brisa conduz, ele revela agora a realidade do seu amor, e o homem que escreve volta novamente a sua atenção às suas folhas e ao seu lápis. A alguns metros dali, num carro, está só outro homem. Tem o olhar fechado, olhos verdes de profundidade mariana e pacífica de uma vida sofrida. A escrita prossegue... O papagaio caiu, a criança que praticava as façanhas drumondianas grita de desconsolo, o seu pai com toda a perenedidade e o ritmo que a idade lhe confere, volta a pôr no ar a frágil aeronave e acalma o filho... No papel algo ganha forma:
Um fim
que se procura,
um desejo
que se alimenta
num ser
que ainda não é
Um caminho
que se alarga
um peregrinar
que não se esgota
num descobrir
que cada dia tens uma nova face
O homem escreve. No papel azul estão apenas algumas palavras, que na sua simplicidade mudarão o rumo de uma vida. No ar propagado pelas ondas aéreas feitas pela estações climáticas vivaldianas escorre a chuva invernal.
Outro homem leu as palavras escritas. Nele o resultado foi imediato, como as primeiras enxurradas de Inverno, o seu mundo acabou com o diagnóstico ali sentenciado... Tudo aquilo que gostava de fazer acabará. Amavelmente, pediu para fechar a janela devido à brisa.
Escreve lentamente, ao ritmo que o mar dá na sua cadência, afagado ainda pelo roar lento quase inaudível da omnipresença.
Levanta o seu olhar. No céu estão várias gaivotas rodopiando sobre si, nos seu contínuo afazer ditado pela sua natureza. Ao longe, um casal namora, talvez influenciado pela perenidade que a brisa conduz, ele revela agora a realidade do seu amor, e o homem que escreve volta novamente a sua atenção às suas folhas e ao seu lápis. A alguns metros dali, num carro, está só outro homem. Tem o olhar fechado, olhos verdes de profundidade mariana e pacífica de uma vida sofrida. A escrita prossegue... O papagaio caiu, a criança que praticava as façanhas drumondianas grita de desconsolo, o seu pai com toda a perenedidade e o ritmo que a idade lhe confere, volta a pôr no ar a frágil aeronave e acalma o filho... No papel algo ganha forma:
Um fim
que se procura,
um desejo
que se alimenta
num ser
que ainda não é
Um caminho
que se alarga
um peregrinar
que não se esgota
num descobrir
que cada dia tens uma nova face
O homem escreve. No papel azul estão apenas algumas palavras, que na sua simplicidade mudarão o rumo de uma vida. No ar propagado pelas ondas aéreas feitas pela estações climáticas vivaldianas escorre a chuva invernal.
Outro homem leu as palavras escritas. Nele o resultado foi imediato, como as primeiras enxurradas de Inverno, o seu mundo acabou com o diagnóstico ali sentenciado... Tudo aquilo que gostava de fazer acabará. Amavelmente, pediu para fechar a janela devido à brisa.
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