V: Principezinho (2ªparte)
Ela manteve-se ali a seu lado. Todos os dias a antiga companhia com a ajuda da enfermagem surgia com as suas poucas novidades, o pessoal que se renovava, mas todos os dias a companhia deitada talvez sentisse os mesmos prazeres, mas sem um simples olhar, ou um pequeno brilho.
Ele todos os dias via, todos os dias observava, todos os dias queria compreender.
Até que numa das ligações à companhia constante de há sete anos, essas rotinas contínuas, inaugurada com uma enfermeira (como sempre…) olhou mais fixamente a vizinha num dos seus movimentos passivos. Ali compreendeu.
Seguiu-se o escorrer lento de uma lágrima actuando como a sua visão, só, simples, salgada, humilde como alguém que procura compreender o outro seguindo o sentido descendente oferecido pelos acidentes da vida. Agora banhado pelos salpicos da limpeza diluíram-se as lágrimas, concentrou-se o olhar. A rotina seguiu, o olhar ficou.
Na simplicidade da mesma esperou. Outros dias passaram. As mesmas luzes, os mesmos cheiros, uma nova alegria alimentada pela nova visão, cuja observação compreendera.
Até que numa visita inesperada, surgiu a oportunidade.
Aí comunicando sob a única forma que conhecia, confirmando o queria dizer com o simples sim e não do olhar, após ler o que escreviam no quadro à sua frente disse sequencialmente sim a um beijo, a outro beijo e pedia outro. Estupefacto o escritor, não compreendia esse súbito desejo de tantos beijos. Foi então que recebeu a tentativa do olhar chegar à vizinha. Nesse momento compreendeu para quem eram pedidos. Nesse momento os olhares viram, compreenderam e sorriram.
Até que numa das ligações à companhia constante de há sete anos, essas rotinas contínuas, inaugurada com uma enfermeira (como sempre…) olhou mais fixamente a vizinha num dos seus movimentos passivos. Ali compreendeu.
Seguiu-se o escorrer lento de uma lágrima actuando como a sua visão, só, simples, salgada, humilde como alguém que procura compreender o outro seguindo o sentido descendente oferecido pelos acidentes da vida. Agora banhado pelos salpicos da limpeza diluíram-se as lágrimas, concentrou-se o olhar. A rotina seguiu, o olhar ficou.
Na simplicidade da mesma esperou. Outros dias passaram. As mesmas luzes, os mesmos cheiros, uma nova alegria alimentada pela nova visão, cuja observação compreendera.
Até que numa visita inesperada, surgiu a oportunidade.
Aí comunicando sob a única forma que conhecia, confirmando o queria dizer com o simples sim e não do olhar, após ler o que escreviam no quadro à sua frente disse sequencialmente sim a um beijo, a outro beijo e pedia outro. Estupefacto o escritor, não compreendia esse súbito desejo de tantos beijos. Foi então que recebeu a tentativa do olhar chegar à vizinha. Nesse momento compreendeu para quem eram pedidos. Nesse momento os olhares viram, compreenderam e sorriram.
1 Comments:
O Principezinho... guardo comigo a profundidade e a serenidade do olhar.
O olhar que o conto espelha, o olhar que me recriou.
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